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Mais de 400 estrangeiros desembarcam em Três Lagoas em busca de 'nova vida'

Com maior oferta de trabalho, o município vira polo atrativo para imigrantes que procuram melhores condições de vida

Três Lagoas está na lista das cidades  do Estado que mais recebeu estrangeiros - Reprodução/TVC
Três Lagoas está na lista das cidades do Estado que mais recebeu estrangeiros - Reprodução/TVC

eixar para trás a família, a história e os costumes. Decisão corajosa tomada por centenas de imigrantes por conta da crise econômica que viviam no país de origem, assim como a carestia e o desemprego. Três Lagoas é uma das principais rotas para o novo lar de muitos estrangeiros, despontando na lista dos municípios de Mato Grosso do Sul que mais recebeu famílias de outros países. Somente em 2021, pelo menos, 450 imigrantes desembarcaram na “capital da celulose”, segundo dados da Superintendência da Polícia Federal obtidos pelo Jornal do Povo. Os principais grupos são de haitianos e venezuelanos. 

Em apenas dois anos, estima-se que Três Lagoas recebeu 830 imigrantes. Muitos procuraram a Superintendência  para atualizar o endereço. Segundo a PF, os estrangeiros que pedem registro podem morar ou não em Três Lagoas e pode haver casos de mudança de cidade. Porém, praticamente todos os estrangeiros conseguem a documentação. “O estrangeiro quando vem para o Brasil para ficar de forma permanente, tem que fazer um registro na Polícia Federal”, destacou o delegado Caio Martins.

TRABALHO
O haitiano Milionord de Comperi, viu em Três Lagoas a possibilidade de estudar, trabalhar e dar uma vida digna para a família. “Foi um novo começo para mim. Tive que me abrir para a cultura brasileira e, hoje, posso dizer que estou mais acostumado. Aqui em Três Lagoas eu e minha família nunca sofremos ataques por sermos imigrantes, como ocorre em outros locais, e estamos felizes por isso. Quando vim para cá [Brasil] tinha um grande um sonho de estudar, ter um aprendizado melhor, para poder me deslocar para qualquer outro país futuramente”, contou.

Milionord trabalha como eletricista na construção civil, é casado e tem dois filhos. Ele conta que a esposa ainda tem muita dificuldade em se expressar. Noemi de Comperi fala dois indiomas, sendo o criolo, que é idioma oficial do Haiti, e o francês, por conta da colonização.

Milionord é membro da Associação dos Haitianos de Três Lagoas e ele destaca que atualmente há mais de 1,2 mil haitianos na cidade. “Muitos foram embora para outros países em busca de oportunidade”, explicou.