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Três Lagoas

Mal de Alzheimer: Setembro é o mês de não esquecer a doença

Dia Mundial da Conscientização da doença é celebrado dia 21; enfermidade surge principalmente em idosos

A Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz) comemora neste dia 21 o Dia Mundial da Conscientização sobre a Doença de Alzheimer e traz como lema, este ano, “Alzheimer: eu não esqueço”. De acordo com a Abraz, estima-se que somente no Brasil 1,2 milhão de pessoas tenham a doença.

O diagnóstico precoce é primordial e, para isso, o convívio entre o idoso e os familiares é importante. Afinal, são eles quem percebem os primeiros sintomas. Segundo o neurologista Daniel Rodrigues de Oliveira, o paciente demonstra perda de memória recente, dificuldade na função executiva, como por exemplo, tomar banho, fazer café ou se vestir. “Assim que a família nota algum desses sintomas deve leva-lo a uma unidade de saúde para que seja encaminhado ao especialista e realizar o primeiro diagnóstico”, explica.

O diagnóstico consiste em uma avaliação do quadro de demência. “A partir disso é feita uma investigação para saber quais são as causas dessa demência, que pode ser deficiência de vitaminas ou até um tumor cerebral. Depois de observadas todas as possíveis causas, pode-se chegar ao diagnóstico de Alzheimer”, disse.

A medicina ainda não descobriu a cura para o Alzheimer, mas assim que diagnosticada, a doença deve ser tratada para desacelerar seu avanço por meio de tratamento multidisciplinar. “Deve ocorrer o trabalho conjunto de um fisioterapeuta, um psicólogo e a ministração de medicações, que funcionam basicamente estacionando o quadro da doença”, explicou o neurologista. O especialista ressaltou que nem todos os pacientes necessitam de remédios.

Por se tratar de uma doença progressiva, o maior prejudicado é o paciente. Mas os familiares mais próximos acabam sofrendo diretamente. “O Alzheimer é uma doença da família, pois todos sofrem. O paciente perde a consciência das suas funções fisiológicas e o familiar que cuida desta pessoa fica impotente ao ver este tipo de situação”, disse.

O tratamento em Três Lagoas ocorre por meio de encaminhamentos da rede de Unidade Básica de Saúde para o Centro de Especialidades Médicas (CEM), onde o neurologista faz a avaliação de pacientes e indica tratamentos. Outro meio é pela Clínica do Idoso, onde é realizado o atendimento especializado, com encaminhamento de um clínico geral. Pessoas com mais de 60 anos buscam na clínica diversos tratamentos de doenças crônicas, como depressão, Alzheimer, Parkinson. O tratamento de fisioterapia aos portadores da doença é feito no Centro de Atendimento Ambulatorial e Reabilitação da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Caara).

A DOENÇA

A demência é a principal causa de demência que causa problemas de memória, pensamento e comportamento. A doença é responsável por 50% a 80% dos casos de demência no mundo, de acordo com o Portal da Saúde, do Ministério da Saúde. O Alzheimer é degenerativo, mais comum após os 65 anos de idade e caracteriza-se pela perda progressiva de células neurais.

Segundo estudos, não há indícios quais as causas do surgimento da doença, mas o que se sabe é que os neurônios precisam estar interligados para que os seres humanos possam desenvolver qualquer tipo de atividade.

“O neurônio precisa de várias conexões e quanto mais isso acontece, mais as funções que o cérebro faz. Com o passar do tempo, os neurônios começa a receber depósito de placas de amiloides que começa a bloquear essa conexão causando o isolamento deste neurônio. A partir daí a pessoa começa a apresentar os primeiros sintomas e com o passar do tempo esse neurônios ficam cada vez mais isolados”, explicou o médico.

Outro fator apontado do surgimento da doença é a hidrocefalia no crânio, ou seja, o acúmulo de líquido no cérebro, que pode ocasionar demência e posteriormente, o Alzheimer.