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Três Lagoas

Marfrig vai reativar frigorífico da Cidade

Reabertura é importante para os criadores e para trabalhadores do setor que estão desempregados

Toda a estrutura funcional  do antigo Frigorífico Três Lagoas (Frigotel), ociosa há mais de dois anos, será reativada ainda neste ano pelo Grupo Marfrig, ou na primeira quinzena de janeiro de 2010. O Frigotel havia sido arrendado para o frigorífico do Grupo Margen, que atravessou sérios problemas financeiros e veio a fechar, há cerca de dois anos, em Três Lagoas e na cidade de Paranaíba.

Todos os procedimentos legais estão sendo tomados para a reabertura do frigorífico em Três Lagoas, desde a renovação do licenciamento ambiental até à contratação de mão-de-obra especializada, segundo informou um dos representantes do Marfrig, José Rosa Marçal.

“Dependemos apenas de documentação e iniciaremos depois a convocação de trabalhadores. Acreditamos que, até o final do mês de dezembro, ou primeira quinzena de janeiro, iremos começar o abate”, informou.

“O Frigotel possui toda uma estrutura adequada para a exportação de carne bovina e a sua ociosidade estava sendo prejudicial, não só para Três Lagoas mas para toda a região do Bolsão”, comentou o presidente do Sindicato Rural de Três Lagoas, o médico e pecuarista, Domingos Martins de Souza.

Segundo ele, a reativação do Frigotel, agora sob a responsabilidade de um forte grupo de frigoríficos, que o Marfrig, “tem uma importância salutar para a economia e também relevante lado social”, observou.

“Muitos dos trabalhadores, qualificados no abate e desossa, estão trabalhando fora de Três Lagoas e aqui deixaram suas famílias. Agora eles estarão voltando para a sua Cidade e para o convívio dos seus lares”, destacou. “O Grupo Marfrig estará contratando todo esse pessoal, dando preferência a trabalhadores de Três Lagoas”, informou.

Por sua vez, Marçal informou ontem (23) que, por enquanto, a direção do Grupo Marfrig está tão somente providenciando as licenças legais ambientais, exigidas para o início da operação de abate e comercialização de bovinos.

“Primeiramente, estarão sendo feitas as vistorias da estrutura que temos disponível no frigorífico. Posteriormente, é que serão tomadas as demais providências para o funcionamento”, informou. Por essa razão, Marçal ainda não soube informar qual será o quadro de funcionários a ser contratado para o início das operações, nem o número de animais que serão abatidos diariamente.

MERCADO

Neste período em que permaneceu desativado o Frigotel, o pecuarista de Três Lagoas e região procurou o mercado paulista para a venda de gado para abate.
“Não tínhamos outra opção, já que o frigorífico de Paranaíba também estava fechado e será igualmente reaberto pelo Grupo Marfrig”, observou.

Independente da credibilidade do frigorífico, o pecuarista de Mato Grosso do Sul está sendo orientado pelos Sindicatos Rurais e pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) a vender o gado para abate, “somente à vista”, informou doutor Domingos.

Ele antecipou que uma nova campanha está sendo preparada pela Famasul com a adesão de todos os Sindicatos Rurais, para que, “em breve, a venda seja no curral”. Isso quer dizer que a segurança, risco de transporte e alterações de peso não serão mais de responsabilidade do pecuarista, mas do próprio frigorífico que compra o gado para o abate.

MARFRIG

Em novembro de 2008, o Grupo Marfrig operava com 18 plantas de abate de bovinos (9 no Brasil, 5 na Argentina e 4 no Uruguai). A mais forte da região está localizada em Bataguassu. O Grupo possui ainda  30 plantas de produtos industrializados e processados (12 no Brasil, 5 na Argentina, 3 no Uruguai, 1 nos Estados Unidos e 9 na Europa); 3 unidades de abate de cordeiros (Chile e Uruguai); 2 unidades de abate de suínos (Brasil); 10 unidades de abate de frangos (7 no Brasil e 3 na Europa); e 2 tradings (Chile e Reino Unido), com capacidade de abate diário de 2, 1 mil cabeças de bovinos, 4,2 mil de suínos, 8,4 mil de ovinos e 1,726 milhão de frangos e 2.208 ton./dia de produtos industrializados/processados, fortalecendo sua posição na indústria mundial de alimentos.

A Braslo iniciou suas operações no Brasil em 1982, em Santo André (SP), especificamente para atender a rede de Fast Food MC Donald`s. Em 2008 ela passou a fazer parte do Grupo Marfrig, juntamente com sua empresa avícola parceira Penasul, localizada no Rio Grande do Sul.