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Três Lagoas

Monitoramento Inteligente é reforço no combate à dengue

Três Lagoas é um dos 20 municípios brasileiros que possuem o equipamento

Há dois anos e meio Três Lagoas é uma das 20 cidades brasileiras a possuir o Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue. O sistema facilita o combate a dengue e é recente, está no Brasil há aproximadamente quatro anos. A cada 300 metros existe uma casa que comporta o sistema. Em toda Cidade são 306 armadilhas vistoriadas semanalmente por três agentes e um supervisor geral.

Durante as visitas as monitoras trocam à água, verificam se há fêmeas do Aedes aegypti presas na armadilha e lançam as informações ao site via celular. Como explica a responsável técnica do laboratório de Entomologia, Geórgia Medeiros de Castro Andrade. “Tudo acontece em tempo real. O sistema permite uma detecção do foco de forma mais rápida, permitindo desta maneira um combate mais ágil”, enfatiza Geórgia.

As armadilhas parecem dois vasos de plantas, um em cima do outro. Além de água, há um tubo com cartão adesivo, onde a fêmea fica presa. Ela é atraída pelo feromônio. O sistema de manutenção é simples e a cada 60 dias o cartão é trocado, já o feromônio leva 45 dias para a troca.

O sistema apresenta inúmeras facilidades, como mapa via satélite, onde estão os focos geradores, ele também faz separações e localiza as áreas mais críticas. Na tela também é possível ver um gráfico onde estão registrados os índices que acompanham as capturas. As zonas de perigo são dividas em quatro. O vermelho significa risco elevado, laranja, intermediário, amarelo, moderado, verde baixo. Durante a semana 30ª , o índice estava moderado, mas segundo a coordenadora, é variável. “O nosso maior facilitador é a questão do tempo. Quando mais de três fêmeas são encontradas em uma armadilha a situação começa a ser preocupante e imediatamente começamos as ações, o trabalho de prevenção”. Para a técnica, esta não é uma solução e sim uma ferramenta que auxilia no combate.

As armadilhas não podem deixar de ser vistoriadas.  No máximo a cada 15 dias elas precisam passar por inspeção. “Quando o monitoramento foi implantado o projeto era de apenas um ano. A VCP renovou e já estamos caminhando para o terceiro. Muitas pessoas ainda estão com as armadilhas nas casas desde o começo, outros precisaram ser mudadas. As casas foram escolhidas aleatoriamente”, explicou.

O programa ainda realiza o cruzamento através de dados climáticos como temperatura, umidade e vento. Também separam os índices por bairros, ruas, terrenos, ou ainda por semanas, reincidência de casos, ou seja, o máximo de informações para agilizar o processo ao combate.

Outro trabalho que vem sendo realizado a partir deste monitoramento é a analise virológica das fêmeas. O estudo permite a identificação e sorotipagem.

Segundo Geórgia, a tecnologia consiste na detecção do vírus pela analise genética do material das patas e analisa os possíveis vírus circulantes. As informações são repassadas para a Universidade Federal de Minas Gerais.

Joana Bragança Silva Maia, 36 anos, é monitora de armadilha e conta que todas as semanas percorre 18 bairros da cidade. “Eu começo no Jupiá e termino no Santa Júlia. Vistorio 82 armadilhas. Acredito que meu trabalho seja extremamente importante e sério pois trabalho com dados e informações, por isso, faça chuva, ou faça sol estou fazendo as visitas”, salientou.