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Três Lagoas

MP se manifesta após vídeo de alunos fazendo sexo em ônibus escolar

As imagens começaram a circular nas redes sociais no início desta semana e o assunto foi tema de debate na Câmara

Após divulgação de um vídeo de dois alunos fazendo sexo oral dentro de um ônibus escolar que transporta estudantes da zona rural, em Três Lagoas, o Ministério Público Estadual se manifestou sobre o assunto.

As imagens começaram a circular nas redes sociais no início desta semana, inclusive, foi motivo de debate na Câmara de Vereadores, na sessão de terça-feira (19). Em nota, assinada pela promotora de Justiça, Ana Cristina Carneiro Dias, o Ministério Público diz que “o direito ao transporte escolar é garantido pela Constituição e pelo ECA (Estatuto das Crianças e Adolescentes) e deve ser ofertado pelo Poder Executivo sem prejuízo aos outros direitos, tais como a vida e a integridade de crianças e adolescentes”.

Ainda de acordo com a promotora, conforme decreto municipal, compete à Secretaria Municipal de Educação fiscalizar o cumprimento das obrigações dos usuários e dos prestadores de serviços.  “Assim, ao identificar alguma situação que coloque em risco a segurança dos alunos, os gestores dos estabelecimentos de ensino, pais ou responsáveis pelos estudantes que utilizam este transporte devem cientificar a Secretaria de Educação responsável e, não obtendo sucesso, noticiar à Promotoria de Justiça. Caso seja constatada omissão da administração pública no cumprimento das obrigações legais que lhes são impostas, o Ministério Público adotará as medidas cabíveis”, ressalta a promotora.

Ainda de acordo com o Ministério Público, a Promotoria de Justiça da Infância e Juventude de Três Lagoas tem atuado na apuração de denúncias envolvendo o serviço de transporte escolar rural oferecido pelo município, inclusive, com instauração de procedimentos administrativos.

Uma das investigações em andamento no MP, é em relação ao tempo “excessivo do percurso que as crianças estão sujeitas, segundo a promotora, em razão da falta de organização quanto as linhas disponíveis e as más condições das estradas, rodovias e pontes por onde trafegam os veículos do transporte escolar.

“À  título de exemplo, temos procedimento que visa solucionar problemática envolvendo alunos que saem de casa para ir à escola as 9h50 e retornam somente 19h35, ultrapassando mais de duas horas entre o percurso de ida, o mesmo ocorrendo quanto ao percurso de volta, o que não se admite”, destaca Ana Cristina.

O Ministério Público ressalta ainda que já existe decisão judicial para que o Estado de Mato Grosso do Sul e o Município de Três Lagoas, sob pena de multa diária, regularizem os serviços de transporte escolar, devendo os mesmos manter regulares as condições dos ônibus e as estradas por onde trafegam os veículos de transporte rural estudantil.

Ainda de acordo com a promotora, somente neste ano já foram instaurados 35 procedimentos que tratam do transporte escolar. “Vale lembrar que, o transporte escolar também é da responsabilidade da família e da sociedade, que não pode delegar toda esta obrigação ao Poder Público. Em alguns procedimentos, apuramos que alguns pais sequer alimentam os filhos adequadamente para ir até a escola e alguns tem se recusado a levá-los até as linhas por onde o ônibus escolar passa. Esta situação também tem sido objeto de investigação pela Promotoria de Justiça”, acrescenta Ana Cristina Cerneiro Dias .