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Solidariedade

Mulheres se unem para lidar com a dor do luto

Mais de 20 mulheres de Três Lagoas com uma particularidade em comum se uniu para conseguir superar suas dificuldades diárias.

Mais de 20 mulheres de Três Lagoas com uma particularidade em comum se uniu para conseguir superar suas dificuldades diárias. - Divulgação/TVC
Mais de 20 mulheres de Três Lagoas com uma particularidade em comum se uniu para conseguir superar suas dificuldades diárias. - Divulgação/TVC

Mais de 20 mulheres de Três Lagoas com uma particularidade em comum se uniu para conseguir superar suas dificuldades diárias. Todas elas perderam filhos e lidam com a dor do luto no grupo ‘Mães que choram’. 
O grupo foi criado pela professora Creusa Ramos, que teve que se despedir de Jeferson, em 2017, quando ele tinha 40 anos. Ele teve câncer no pâncreas e, desde a descoberta até o seu falecimento, se passou menos de um ano. Mãe de outros três filhos, ela explica que foram eles que deram força para ela continuar. “Depois disso eu tive a ideia de criar o grupo, para que eu pudesse trocar ideia com outras mães, para a gente falar das nossas dores e criarmos laços para fortalecermos umas às outras”. 

Modestina Gomes, costureira aposentada, também faz parte do ‘Mães que choram’. Ela perdeu a filha Margarete há 57 anos, quando ela tinha pouco mais de um ano de idade. “Às vezes tem uma mãe que está mais saudosa e emocionada em determinado dia. A gente faz bastante oração e tenta ajudar de alguma forma. Ouvir é a melhor caridade que a gente pode ter e fazer”. 

Outra mãe que também está junto com elas é Délia Coimbra, mãe de Halley Coimbra que morreu em 2018 aos 38 anos, vítima de feminicídio. O caso dela chocou a cidade na época. “Estamos vendo a história da minha filha todos os dias. Os feminicídios aumentaram muito, as pessoas perderam a noção do que é o ‘não’ e fazem um buraco enorme na vida da gente. A gente perde o chão e  não acha nunca mais. Aprendemos a caminhar no vazio”. 

Ela destaca a importância que o grupo tem em sua vida. “Tem dia que uma desabafa, a outra complementa. É como se fosse uma dose de remédio que a gente toma todos os dias. A gente se apoia uma na outra para seguir em frente”.