Desde 2020 o nível do rio Paraguai vem ficando abaixo do ideal para navegação em decorrência da falta de chuvas em Mato Grosso do Sul.
Sem navegabilidade, o transporte de produtos como minério e soja acabou impactado, já que os produtores precisaram recorrer às rodovias para enviar as produções, principalmente, em Corumbá e Porto Murtinho. As duas regiões dependem da hidrovia para escoar as produções.
Em janeiro deste ano, o rio Paraguai voltou a registrar níveis que permitem a navegação e o transporte fluvial em Corumbá iniciou novamente as operações de embarque de minério.
Nesta quarta-feira (16), a Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) divulgou que Porto Murtinho vai fazer o primeiro embarque do ano, previsto para os dias 24 e 25 deste mês.
A previsão é transportar 20 mil toneladas de soja pela FV Cereais, terminal privado de cargas, como explica o gerente de operações portuárias da empresa, Genivaldo Santos. “Iniciamos a descarga de caminhões na semana passada. Esse será o primeiro embarque do ano e por enquanto, não temos ainda nenhum contrato específico para a hidrovia”, explica.
No ano passado, a empresa foi impactada pela estiagem e das 400 mil toneladas que precisava transportar para cumprir contrato, conseguiu escoar apenas 250 mil, ou seja, 63% do previsto.
De acordo com o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), mesmo com o aumento de 16% no nível do rio Paraguai em Ladário e de 8% em Porto Murtinho, a hidrovia está em nível crítico, ficando abaixo dos índices registrados em 2020 e 2021.
Em Porto Murtinho, por exemplo, o rio Paraguai está com 2,39 metros e, em Ladário, 1,67 metros, quando o ideal seria de 4 metros, conforme explica o Imasul.
