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Editorial

O futuro, marca de nascença

Confira o Editoria do Jornal do Povo, na edição deste sábado

Mato Grosso do Sul está prestes a celebrar os seus 43 anos de criação. Em termos históricos é um Estado menino ainda, nascido em um tempo em que as dificuldades de hoje nem eram imaginadas, ainda que prevalecessem outros fantasmas como a inflação crescente com todos os seus efeitos. No final da década de 70, democracia estava no horizonte incerto da política, pois mal havia se iniciado a abertura gradual e lenta que desembocou mais adiante na Constituinte de 88.

Hoje uma das mais prósperas unidades da Federação, pode celebrar conquistas maiores do que as perdas que acumulou sobretudo nos seus primeiros anos, quando engatinhava na ação política, embora seus agentes não fossem tão novos assim.

Mato Grosso do Sul foi concebido para desempenhar exatamente o papel que lhe cabe, de Estado mediterrâneo entre as costas oceânicas do continente, mais desenvolvidas que seu interior, e, em termos nacionais, à meia distância entre o Sul mais desenvolvido e o Norte que ainda alarga as fronteiras de produção.

Perdeu algum (precioso) tempo com crises políticas no seu advento, não foi tão ágil quanto poderia no seu segundo decanato, mas rapidamente descortinou os horizontes que agora conquista. A industrialização puxada pela Costa Leste, a competitividade do agronegócio alavancada pelo rompimento definitivo com as práticas antiquadas e o aprimoramento do setor de serviços que ainda é o maior gerador de empregos e oportunidades, fazem de Mato Grosso do Sul uma terra de oportunidades para além do discurso fácil.

O Estado nasceu com a marca do futuro. Seus campos férteis eram, para muitos, suficientes para lhe garantir o progresso, como um futuro “celeiro do mundo”, na visão mais ufanista. Mas havia também os que apontavam para a geopolítica a privilegiá-lo, ou os que sonhavam com a economia diversificada a partir da exploração racional dos recursos minerais, da atração de indústrias, e do surgimento de um polo exportador que depende hoje ainda de esforços de infra estrutura, como a conclusão do Porto Seco de Campo Grande, a consolidação da hidrovia Paraná-Paraguai, dos portos de Murtinho e Corumbá e da vitalização da ferrovia, sem contar os aeroportos que clamam por investimentos há anos.

Parece muito, mas não são mais do que um ou dois passos na história para que tudo isso se concretize, dependendo é claro, de envolvimento de todas as forças construtivas da sociedade…todas, sem exceção!

Basta que não se perca o rumo. E o rumo é o futuro. A marca de nascença de Mato Grosso do Sul.