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Três Lagoas

Papa polemiza sobre uso da camisinha em viagem à África

O porta-voz vaticano, Federico Lombardi, reafirmou as palavras do papa Bento 16 contra o uso de camisinha para evitar a Aids, e afirmou que, durante a viagem à África (veja gráfico), na qual o papa deve se encontrar com portadores da doença, a postura da Igreja Católica sobre esse assunto "não mudará".
"Não espere mudança de posição sobre este tema durante a viagem. Bento 16 reafirmou a linha já marcada por João Paulo 2º", disse Lombardi, em encontro com os jornalistas que acompanham o pontífice.
Na terça-feira (17), Bento 16 disse que a Aids não pode ser combatida só com dinheiro – embora tenha reconhecido a necessidade deste – e "nem com a distribuição de preservativos, que, ao contrário, aumentam o problema".
Segundo o papa, a Aids se vence com "uma humanização da sexualidade, uma renovação espiritual humana que comporta uma nova forma de conduta de uns com outros" e por meio da amizade, disponibilidade e amor pelos doentes.

CRÍTICA

A declaração do papa foi duramente criticada pela França, que afirmou que a condenação ao uso da camisinha pode colocar em risco a saúde pública.
Segundo o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Eric Chevallier, a França "expressa sua grande preocupação com as consequências da declaração de Bento 16". Chevallier destacou ainda que a camisinha é ferramenta fundamental para prevenir a propagação do vírus que causa a Aids.
A agência da ONU (Organização das Nações Unidas) responsável pelo combate a Aids também criticou a afirmação do papa e afirmou que é a favor do uso da camisinha para prevenir o contágio.
Em Genebra, a organização emitiu comunicado no qual afirmou que a prevenção inclui ainda ser fiel ao parceiro e pediu que os países usem todas as medidas disponíveis para tentar reduzir as estimativas de 7.400 novos casos de contaminação diários.