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Três Lagoas

Poesias entre dores e cores por Henrique de Medeiros

O escritor, jornalista e publicitário Henrique de Medeiros lançou esta semana seu terceiro livro de poesias, Que as Dores se Transformem em Cores. A obra, em discurso concretista, descreve sobre os valores e conceitos dos seres humanos perante situações de extremos emocionais de atração, ódio, medo, solidão, torpores e de cores que todos buscam para dar um sentido mais vivaz, que complete a lógica da existência.
Essa angústia em encontrar algo de relevante sentido, é, por vezes, uma frustração da alma do poeta, que expressa racionalidade ao afirmar que a vida é somente uma sucessão de dias, que formam meses e anos, como em passagens. Fria lógica vista em trechos, como: o dia não dá sinais de que vai acabar / a noite não dá sinais de que vai acabar / embora acabem entre si.

O autor também se mostra racional ao falar sobre amor e relações, como no poema Amarketing: no estarem sozinhas / não é o amor/ é a companhia / o sexo / o preenchimento de cadeiras vazias / espaços vazios, trazendo polêmica em sua posição de classificar esses sentimentos como algo descartável, união de duas pessoas por carências afetivas similares e necessidades fisiológicas inevitáveis.

O livro, de 136 páginas e 87 poemas, é o terceiro trabalho poético de Henrique de Medeiros, que preparou trançado de palavras exclusivo nessa publicação; um prisma de significados que envolve os leitores e leva à reflexão de como os cidadãos das megalópoles convivem e se expressam no ambiente urbanoide a qual estão inseridos.

Na passagem: sou um bomba-relógio / trago o tempo dentro de mim / o tempo que se esvai / e não sei quando, entre outras, é possível constatar que a linguagem está a todo momento acompanhada de comparativos e efeitos gráficos que criam uma esfera envolvente. Um turbilhão de assuntos e percepções que explodem e expressam, sem eufemismos nem melindres, a vida em sua dura face.