Foi apreendido na manhã desta quinta-feira (5), o adolescente de 17 anos suspeito de ter matado o agente educador Luiz Antônio Evangelista Nunes, 43 anos, com quatro tiros, no dia 30 do mês passado. De acordo com o delegado Orlando Sacchi, responsável pelo caso, o adolescente foi apreendido numa operação que contou com cerca de dez policiais civis, lotados na 1ª Delegacia de Polícia, 2ª DP e Delegacia de Investigações Gerais (Dig). O garoto foi encontrado às 7 horas do dia, na casa da mãe, no bairro Santa Luzia. “Desde o crime, já tínhamos informações de que o autor seria este adolescente. Mas nesta semana, com base num relatório da Dig, foi possível solicitar um mandado de busca e apreensão”, disse. O mandado de internação foi expedido no dia seguinte à representação, terça-feira (2).
O delegado informou que o adolescente não apresentou resistência ao ser detido. No entanto, nega o assassinato. Em depoimento, ele informou que estava em casa no momento do crime cuidando de sobrinhos. A versão teria sido confirmada pelos avós. “No entanto, o avô disse ter saído de casa às 14 horas e retornado às 16h30, aproximadamente. Mas o crime ocorreu às 16 horas e o adolescente morava a cinco quadras do local onde Nunes foi assassinado. Resumindo: daria tempo”, disse.
Conforme Sacchi, o próximo passo é tentar localizar a arma do crime. Além disso, a Polícia Civil também busca encontrar mais testemunhas. “Nós temos testemunhas. Mas todas estão com medo de morrer se colaborarem. E é até compreensivo. Este garoto é de extrema periculosidade”. A princípio, o adolescente teria agido sozinho, mas a participação de mais pessoas ainda não está totalmente descartada pela polícia.
LISTA
A existência de uma possível lista de agentes e policiais a serem executados também será alvo de uma investigação mais detalhada. “Não cheguei a ver esta lista, mas informações “boca a boca” apontam sua existência e que, além dos agentes, existem policiais civis, militares e até delegados jurados”.
Caso seja confirmada a veracidade, o delegado não descarta a possibilidade destes adolescentes serem recrutados por bandidos adultos. “A Lei é muito branda em relação aos crimes cometidos por adolescentes. Os adultos já descobriram isso”.
Ele acrescenta que dos 17 internos da Unei mantidos na carceragem da 1ª DP, quase todos tem envolvimento com facções criminosas.
A morte do agente foi o estopim para uma série de greves e protestos em todo o Estado. Agentes educadores cruzaram os braços em quatro Unidades Educacionais de Internação (Uneis) por melhores condições de trabalho e segurança. As Uneis em greve são: de Três Lagoas, Dourados, Campo Grande e Corumbá.
O mandado de internação do adolescente suspeito é de 45 dias. Após o vencimento, caberá ao Judiciário determinar se ele continuará, ou não, internado.
