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Investigação

Polícia Civil irá investigar morte de recém nascido durante parto em hospital

Hospital negou negligência e disse que bebê nasceu sem vida

Após dois anos mulher procura polícia civil para registrar morte de recém nascido e acusa hospital de negligência - Divulgação
Após dois anos mulher procura polícia civil para registrar morte de recém nascido e acusa hospital de negligência - Divulgação

Foi registrado na noite desta sexta-feira (21) na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) uma morte à esclarecer, ocorrido em 23 de julho de 2019.

No boletim de ocorrência consta que em 23/07/2019, uma mulher com 27 anos na época dos fatos, teria dado entrada na maternidade do H.A. (Hospital Auxiliadora) em trabalho de parto. Após passado algum tempo a mulher teria sido levada para o centro cirúrgico onde deu a luz de parto normal a uma criança do sexo masculino.

Segundo a mulher que hoje tem 30 anos, a médica que realizava o parto no dia 23 de julho de 2019, seu filho cair após o parto, o que teria causado a morte do recém nascido. Fato esse negado pela médica que teria relatado pela mãe que a criança já teria nascido sem vida, devido a uma parada cardiorrespiratória em decorrência de complicações causadas por mecônio. Mecônio é quando o bebê engole ou aspira as fezes que fica no líquido amniótico, a ingestão ou aspiração pode trazer complicações graves para o recém nascido, como inflamações respiratórias, pressão alta, arritmia cardíaca e parada cardiorrespiratória, segundo fonte do ministério da saúde.

A mãe do recém nascido teria contestado a médica dizendo que, teria visto a médica deixar a criança no chão e que seu filho teria morrido por isso. O caso vem se arrastando desde então e após quase dois anos e meio a mãe do bebê que veio a óbito, procurou a delegacia e registrou um boletim de ocorrência.

Entramos em contato com o Hospital Auxiliadora que em nota informou que o caso já havia sido esclarecido na época e todos os fatos apurados e constatado que o bebê teria nascido sem vida, em decorrência de uma parada cardiorrespiratória em decorrência de aspiração de líquido amniótico. O caso será investigado pela 1ª Delegacia de Polícia Civil.

Em conversa com a vítima, ela disse que a versão dada pelo Hospital Auxiliadora, não é verdadeira e que no dia do fatídico incidente, ela teria chegado ao hospital às 11horas e por seis horas ficou em trabalho de parto sentindo dor esperando pela médica em um quarto. Segundo relatos da vítima por voltas das 17:30 a médica teria aparecido e após um exame de toque, dito que não havia rompimento de bolsa e pedido para a paciente realizar pequenas caminhadas no interior do quarto para ajudar na dilatação.

Por volta das 18:00 a bolsa teria rompido e a médica informada que teria pedido a remoção da mulher para o centro cirúrgico. A vítima disse que teria passado minutos tenda a barriga forçada pela médica, na tentativa de forçar o parto. Segundo a vítima, ao sentir que a dor estava insuportável teria pedido para a médica um procedimento cesariana, mas que teria sido negado pela médica.

Após a luta para o parto sem sucesso, a mulher foi colocada de pé, momento esse que a bolsa começou a se romper e o nascimento ocorreu. Depois de muita dor e sofrimento a vítima disse que a criança saiu pela vulva, sofrendo uma queda.

A vítima disse que ao perceber que o filho teria nascido, viu a médica retirando o bebê do chão e limpando rapidamente, a vítima teria questionado se o bebê teria caído, que ouvi da médica que não haveria ocorrido nenhuma queda do bebê. Segundo relatos da vítima, após a médica pegar a criança do chão lhe entregar, saiu apressada e minutos depois retornou perguntando para uma das enfermeiras se havia cortado o cordão umbilical, este negado por uma das profissionais, informando também que a placenta não havia sido expelida.

Após isso a vítima disse que a médica cortou o cordão umbilical e usando as próprias mãos, introduziu no órgão vaginal da paciente e passou a puxar a placenta. Depois disso a criança foi levada da mãe e minutos depois outro médico retornado no quarto onde foi dado a informação da morte do bebê, que segundo ela foi dito que seu terceiro filho havia nascido sem vida e após todas as manobras de reanimação cardíaca, o óbito foi confirmado como natimorto e  mecônio (afogamento por líquido amniótico) teria sido a causa mais provável da fatalidade.

Para nossa reportagem a vítima afirmou ter exames fetal, realizados do parto que atestam que o bebê estava vivo e saudável antes do parto e provas que havia hematomas (sinais da queda) no bebê. Questionada por nossa reportagem se ela teria recebido ajuda psicológico do hospital, a mesma disse que não e apenas participou de uma reunião com membros do local informando que iriam abrir uma sindicância, mas que o resultado teria sido a versão anterior apresentada, que a criança teria morrido por parada cardiorrespiratória em decorrência de mecônio.

Perguntada se nos dias seguintes ela teria registrado o boletim de ocorrência, a mesma disse que não, devido a ter entrado em depressão devido o trauma da morte do bebê e pela violência geriátrica que segundo ela teria sofrido e só após esse período, conseguiu se recuperar psicologicamente e buscar por justiça. Após procurar orientação jurídica, a vítima foi aconselhada a registrar um boletim de ocorrência por morte à esclarecer. Que será conduzido pela Polícia Civil.