Policiais civis de Mato Grosso do Sul ameaçam cruzar os braços por um dia para protestar contra o reajuste salarial proposto pelo governo estadual. A manifestação, definida em uma assembleia geral realizada na manhã de terça-feira (21), está prevista para a próxima quarta-feira (29) e deverá contar com o apoio de boa parte dos policiais civis do Estado.
De acordo com informações divulgadas no site oficial do Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul (Sinpol/MS), a manifestação deverá ser desencadeada caso o governo do Estado não aceite as reivindicações da classe – a principal delas é a de 20% de reajuste salarial. Além disso, a classe também exige, e ameaça não abrir mão, da recuperação salarial em longo prazo (até 2014), de que o salário inicial de um investigador chegue a 60% do salário inicial de um delegado de polícia – cujo salário é de R$ 7,2 mil – e que o investigador, ao final de carreira, chegue a 100% do salário inicial.
De acordo com o presidente do Sinpol, Paulo Flávio Carvalho, o baixo salário recebido pelos policiais é humilhante. “Quando a situação está crítica, compram algumas viaturas, fazem um desfile pela cidade, além de propagandas na televisão em horário nobre, induzindo a sociedade a pensar que o problema está resolvido. A viatura não pensa, não prende, não se locomove sozinha, nós é que estamos a frente e precisamos ser mais valorizados”, disparou (entrevista divulgada no sindicato).
E Carvalho completa: “19% não é interessante para nós, queremos 20%”, disse.
A assembléia geral contou com a participação de cerca de 400 policiais civis. Hoje, um ofício com todas as reivindicações será entregue ao governo do Estado. Contudo, o governador André Puccinelli (PMDB) já teria confirmado que o aumento aos policiais, prometido para o próximo mês, deve girar em torno de 11% a 13% de reajuste.
O presidente do Sinpol reforçou que, caso não haja acordo, os policiais param no dia 29.
A intenção é promover uma nova assembléia no dia 29, na sede do Sinpol, em Campo Grande e de lá, dependendo do resultado das negociações, saírem em uma manifestação pacífica até a Governadoria.
A possibilidade de paralisação também está sendo estudada pela Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul. Embora, as negociações salariais de policiais civis e militares possam correr separadamente, policiais militares também ameaçam acompanhar a Polícia Civil no protesto. Em entrevista à imprensa estadual, o presidente da Associação, José Florêncio de Melo Irmão, destacou que os integrantes do Fórum dos Servidores da Segurança Pública de MS (Fossep) não estão contra a sociedade, mas buscam melhores condições de trabalho. “Estamos buscando nossos direitos para dar maiores condições de segurança à própria sociedade”, afirmou
TRÊS LAGOAS
Conforme informações do Sinpol de Três Lagoas, ainda não há informações se haverá, ou não, manifestações no Município. A classe aguarda as deliberações de Campo Grande. “Primeiro temos de aguardar o que será definido pela Capital, no começo da próxima semana estarei entrando em contato com a diretoria do Sindicato para saber quais serão as medidas tomadas aqui”, completou um policial civil do Município.
