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Três Lagoas

Ponte do rio Paraná não sairá do papel neste ano

Antiguidade do projeto e reformulação de custos teriam sido motivo para cancelamento da licitação, realizado em 2001

A ponte rodoviária ligando os municípios de Três Lagoas e Castilho irá demorar mais alguns anos para sair do papel. Nesta terça-feira (7), a prefeita Simone Tebet (PMDB) anunciou, durante a sessão ordinária da Câmara de Vereadores, que o processo licitatório da obra foi cancelado pelo Departamento Nacional de Infra-estrutura e Transportes (DNIT).

De acordo com ela, o cancelamento foi realizado por conta de divergências entre o projeto apresentado pela empresa Camargo Corrêa e o DNIT. “Esta obra foi licitada no governo passado, o projeto da obra tem mais de cinco anos e já está ultrapassado. Com a atualização do projeto, foi necessário um novo cálculo de custos e estes superam o limite máximo de aditivos”, explicou.
A prefeita explicou que não tinha muitos detalhes sobre o cancelamento: “Gosto de falar sobre as obras em que eu sou responsável. Neste caso, estou repassando uma informação. A decisão de cancelar a licitação e abrir um novo foi tomada pelo DNIT e o governado”.

À Imprensa, a prefeita informou que concorda com a medida: “É preferível a abertura de uma nova licitação a ver uma obra parada por anos, como aconteceu com a ponte de Paulicéia”, completou. A ponte rodoviária citada pela prefeita liga Paulicéia à Brasilândia. A obra teve início há dez anos e ainda não foi concluída.

A hipótese de cancelamento do processo licitatório não é novidade. Deste maio deste ano, após meses anunciando o início da obra, o DNIT já vinha cogitando a possibilidade por conta de uma divergência entre o órgão e a empresa vencedora da licitação. Conforme divulgado na época, a Camargo Corrêa teria apresentado resistência em fazer as adequações necessárias para a atualização do projeto. Com o impasse, o Governo Federal vinha sinalizando a anulação.

No entanto, a expectativa agora é que, com a abertura do novo processo licitatório, a obra seja iniciada ainda no próximo ano. Conforme a prefeita Simone Tebet, a previsão é que a nova licitação seja aberta em setembro deste ano e a obra iniciada no início de 2010. “Temos que torcer para que todos honrem o que foi acordado”, completou.

A ponte rodoviária – com 1.344 metros de extensão, num investimento aproximado de R$ 100 milhões – é aguardada como um dos principais pontos de escoamento de produção entre os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. A obra também aliviaria a Usina Hidrelétrica de Jupiá, que sofre com o excesso de veículos transitando pela estrutura, montada para suportar apenas o trafego de veículos da Companhia Energética de São Paulo (Cesp). Hoje, a estimativa é de cerca de 14 mil veículos passando pela usina diariamente.
A equipe de reportagem tentou entrar em contato com o engenheiro do DNIT responsável pela obra, em Campo Grande, para conseguir mais detalhes sobre a anulação, mas foi informada que ele estava em Brasília e retornaria nesta quinta-feira (9).