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Três Lagoas

"Problema está na baixa remuneração dos médicos"

A afirmação é do presidente do Conselho Municipal de Saúde, Edson Aparecido Queiroz, sobre falta de médicos

Para o presidente do Conselho Municipal de Saúde, Edson Aparecido Queiroz, eleito no dia 24 de outubro, para um mandato de dois anos, o principal problema que acaba prejudicando a melhoria do atendimento no Pronto Atendimento (PA), nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e no pelo funcionamento da ESF é a falta de médicos plantonistas. “O problema está na baixa remuneração que é paga aos médicos plantonistas, que hoje ganham R$ 365 por plantão de oito horas, enquanto que nas cidades vizinhas à nossa, no Mato Grosso do Sul, a maioria paga em torno de R$ 800 por plantão”. Segundo ele, alguns permanecem “cumprindo plantões, porque têm outras atividades médicas, que acabam compensando”, explicou.

Construtor, com experiência há mais de um ano no Conselho Municipal de Saúde, como membro representante da classe dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), apresentado pela Associação dos Moradores da Vila Piloto, Edson Queiroz demonstrou estar preocupado com o convênio do Município com o Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, recentemente aprovado pelo Conselho e pela Câmara Municipal, para repasse de R$ 1,12 milhão.

“O objetivo foi ajudar o Hospital a colocar em dia as obrigações trabalhistas, principalmente o FGTS e o INSS. Em 2007, a Prefeitura foi avalista de um outro empréstimo de R$ 3 milhões, com o aval do Conselho Municipal de Saúde. Os problemas não foram resolvidos e se agravam cada vez mais”, observou.
Ainda, segundo informou Edson Queiroz, no sábado (12), vence o convênio da Prefeitura Municipal, como gestora do SUS, com o Hospital, sobre os serviços do Pronto Socorro e Ortopedia. “Até agora, o Conselho não recebeu nenhum documento para avaliarmos a renovação desse convênio. Esses documentos deveria estar nas nossas mãos com 60 dias de antecedência”, explicou.

“Nossa preocupação, como presidente do Conselho Municipal de Saúde, é sobre o que podemos esperar do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, como importante peça no funcionamento de atendimento aos usuários do SUS”, alertou.

Edson Queiroz concorda com as criticas do vereador Jorge Augusto Martinho, feitas na Tribuna da Câmara Municipal, sobre o corpo clínico. “Enquanto não houver abertura do Corpo Clínico do Hospital, maioria dos problemas não será resolvida na Saúde em Três Lagoas”, afirmou o presidente do Conselho Municipal de Saúde. Ele é a favor que se abra “ampla e aberta discussão” entre o Conselho, Secretaria de Saúde, direção do Hospital Auxiliadora e representantes do Conselho Regional de Medicina (CRM) “para acabar, de vez, com essas barreiras, que acabam impedindo o trabalho de outros profissionais”, disse.

Apesar disso, Edson Queiroz é a favor que a Prefeitura, em lugar de contratar diretamente mais médicos, “deveria contratar apenas o Hospital, através de convênios específicos de prestação de serviços médicos”, explicou.

AUDITORIA

O Sistema Nacional de Auditoria do SUS, através do Departamento Nacional de Auditoria no Mato Grosso do Sul, notificou a Secretaria Municipal de Saúde, no final de agosto deste ano, a solucionar algumas irregularidades constatadas em Três Lagoas.

“Face aos resultados obtidos através da avaliação dos atos e fatos apurados nos trabalhos desenvolvidos nas ações e serviços de saúde da atenção básica oferecida à população usuária do SUS, concluiu-se: – a Secretária Municipal de Saúde não é gestora dos recursos orçamentários e financeiros do Fundo Municipal de Saúde”.

Foi apurado também que “as estruturas físicas das Unidades de Saúde da Família Vila Piloto, Paranapungá e vila Haro estão inadequadas para a realização das ações das ESF/ESB”.

A auditoria do SUS confirmou também as reclamações dos usuários do SUS de que “há falta de medicamentos do elenco de referência  para assistência farmacêutica nas unidades básicas de saúde” e que “os profissionais médicos e ondontólogos (dentistas) das ESF e ESB não cumprem a carga horária de 40 horas semanais”.