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Três Lagoas

PROFESSOR: Um braço da família na sala de aula

Piso salarial do professor ainda é um dos grandes desafios da categoria

Profissão antiga e atual. Tema debates, contradições e principalmente de amor, a carreira de professor segue tendências e acompanha o futuro. Há muitos anos, o que se repete ao longo dos tempos, é o processo de aprendizado efetivado pelo professor.

Muito mais do que palavras e números, eles são vistos como amigos, confidentes e mestres. Mas, nem só do glamour e do amor se sustenta uma profissão tão antiga. Há ainda o outro lado, onde muitos são humilhados e agredidos no exercício da profissão. Mas, a data de hoje é para mostrar e fazer valer o trabalho destes profissionais competentes e dedicados a ensinar as futuras gerações.

Exemplo de postura, amor e dedicação à profissão, há mais de 30 anos atuando nas salas de aulas, Maria de Lourdes Machado da Costa, é um rosto conhecido por muitos profissionais da Cidade. Com uma experiência que vai de professora das séries inicias, passa pela coordenação de projetos, como o extinto Minerva e chega a direção de uma das maiores escolas estaduais do município, Jomap, a professora de língua portuguesa e também matemática, diz sentir se responsável pelos rumos tomados por cada aluno que passou por suas aulas. “Quando vejo tantos profissionais bem sucedidos, advogados, médicos, enfim, pessoas que deram certo me ‘encho’ de orgulho. Por outro lado, é difícil ver aquele que não deu certo e chegou a ir para o lado da criminalidade. É como se um pouco dessa responsabilidade fosse minha”, comenta.

A professora, que é aposentada, não ficou muito tempo longe das salas. “Minha paixão sempre foi dar aulas. Quando me aposentei achei que ficaria doente. Não queria nem pintar o cabelo, não tinha vontade de nada. Foram três meses de tortura. Quando vi que minha filha ia estudar fora e eu ficaria sozinha, resolvi voltar. Precisava estar perto das crianças. Para um professor não há nada melhor que vê-las aprendendo a ler. Afinal, você já ouviu alguém dizer que desaprendeu a ler?”, questiona.

Amante da profissão e do prazer em ensinar, a professora enfatiza que depois da aposentadoria, ao voltar a trabalhar, a satisfação foi ainda maior. “Crianças são como anjos. Se você coloca um brinquinho novo, ou penteia o cabelo de uma forma diferente, elas notam, até comentam. Elas nos tratam com carinho e respeito, demonstram amor. Já dei aulas para adultos, mas nada substitui o contato com as crianças. É bom ver que elas confiam na gente, que nos contam problemas e que esperam soluções. Elas são sonhadoras e isso é motivador”, disse.

Ser professor também é estar sempre à frente do tempo, conseguir contagiar e também persuadir para que as informações sejam assimiladas e fáceis de serem difundidas. Muito mais que ensinar muitas vezes o professor é quem acaba levando uma lição. “Todos os dias aprendo algo novo. Seja com um sorriso, com uma palavra, ou com algo que alguma delas me conte. O professor ao longo da vida aprende a ter sensibilidade, conversar. Sem isso ele não consegue nada. Diálogo é fundamental em todas as etapas da vida”.

Maria de Lourdes conta que voltou a lecionar pelo prazer. “É gratificante reencontrar alunos e ver que eles se lembram, e que de alguma maneira nós marcamos. Muitos até brincam que eu era brava, mas era legal. Faço muito mais do que ensinar. Eu aprendo todos os dias. Me sinto muito mais realizada agora, pois consigo aproveitar todos os momentos. Ser professor é uma missão de amor. Sou feliz por ter conseguido tirar o meu sustento da educação. Meu maior orgulho é ser professora”.