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Depoimento

Quase 2 mil moradores procuraram atendimento psicossocial na pandemia

Angústias provocadas pelo cenário de pandemia e o distanciamento social aumentam a ansiedade

Angústias provocadas pelo cenário de pandemia e o distanciamento social aumentam a ansiedade - Divulgação
Angústias provocadas pelo cenário de pandemia e o distanciamento social aumentam a ansiedade - Divulgação

O novo Coronavírus não compromete apenas o sistema imunológico e respiratório de quem o contrai. A saúde mental, na maioria dos pacientes, também fica prejudicada. Mesmo aqueles que não tiveram a Covid-19 estão sofrendo com os impactos psicológicos causados pela pandemia e todos seus reflexos. Prova disso é o aumento exponencial de novos atendimentos registrados no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) de Três Lagoas. No período de março de 2020 a março deste ano, 1.914 pessoas procuraram o local para um primeiro atendimento.  O local presta um serviço de saúde aberto e comunitário  de tratamento para pessoas que sofrem com transtornos mentais, psicoses, neuroses graves e persistentes. O serviço opera por meio do SUS.

Nos consultórios particulares de psicólogos a realidade não é diferente. Segundo Arley Balieiro, psicóloga em Três Lagoas, ao menos um de seus pacientes relata o quanto a Covid-19 está prejudicando a saúde mental. “Quem já teve teme a reinfecção. Quem nunca contraiu tem medo de ter, de contaminar outras pessoas e da morte”.

NA PELE
João* sente na pele os prejuízos deixados pelo vírus. Ele contraiu a doença em dezembro. Em casa, a esposa e os sogros foram contaminados na sequência. As filhas, os irmãos e os pais de João testaram negativo. Por 14 dias o casal manteve-se isolado. “Os pensamentos tomam conta. O maior medo era o de desenvolver o quadro grave da doença. Mas depois de recuperado, desenvolvi ansiedade.

Sinto que estou tendo os mesmos sintomas da Covid, quando na verdade, estou bem. Sinto que tenho febre e falta de ar, mas é só minha cabeça e ansiedade tomando conta. Faço terapia e atividades de respiração para controlar”. (*João é um nome fictício de um morador que contraiu a Covid e não quis se identificar).