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Três Lagoas

Quase mil pessoas estão sem água desde sábado

O conjunto comporta 191 residências e aproximadamente mil pessoas estão sem água

O conjunto residencial Chácara Imperial, no bairro Vila Verde, está sem água desde o último sábado, 29 de agosto. A obra que foi inaugurada no dia 27 de julho pelo Governador André Puccinelli e passa por uma situação de abandono.
Segundo moradores, a situação acontece com frequência e, embora a população reclame, nenhuma providência foi tomada. A situação já dura quatro dias e os moradores não sabem mais a quem recorrer.

De acordo com Laurinete Bezerra, que se mudou para o bairro há um mês, o problema já faz parte da rotina, mas agora já passou da hora de ser resolvido.

“Olha, desde quando cheguei aqui, toda semana falta água. Pelo menos uma vez por semana vivemos esse drama. Quando mudei para cá achei que estava resolvendo um problema, mas não, outros mais aparecem. O povo acha que a gente mora aqui de graça, mas pelo contrário, não devo nada à Sanesul. Minha última conta já está paga. Inclusive estou pagando esse cavalete em seis vezes”, diz a moradora revoltada.

Laurinete não pode nem fazer o almoço do dia. “A situação está uma calamidade. Não tem água nem para tomar banho, estamos só trocando de roupa, mas a sujeira fica no corpo. As crianças nem foram para escola. Como vamos mandá-las sujas”.

As famílias alegam que o pouco de água que ainda estão usando é das caixas.
 
Muitos procuram vizinhos na tentativa de conseguir um pouco. Ana Rosa Rodrigues diz que é uma luta ficar sem água. “Olha, estamos economizando muito. Já ligamos para a Prefeitura, Sanesul e nada. Eles colocam a gente aqui e depois abandonam. Fica difícil”, relata.

O gari, Leonicio Roseno da Silva diz que o maior problema acontece por ter um bebê em casa. “A gente pode até ficar sem comida, sem energia, mas sem água é impossível. Estamos percorrendo toda a vizinhança em busca de água.

À noite chego do serviço e não posso tomar banho. Depois vem a questão das roupas sujas, dos banheiros e os problemas se acumulam”, reclama.

Maria de Jesus diz que a rotina agora é sair de casa para buscar água nos vizinhos. “Essa situação vai acabar gerando briga. Quem tem dá muito pouco. O máximo que consigo são dois litros”.

Uma das moradoras, Keily Silva, disse que o problema deve ser resolvido até outubro. “O pessoal da Sanesul disse que precisávamos ter paciência e que até outubro tudo seria resolvido. Também solicitaram que a gente economize água. Não lavasse calçadas e carros. Mas como fazer isso, se  nem água a gente tem”.

Em resposta,  a Sanesul afirmou que o problema já está sendo resolvido. De acordo com o gerente regional da Sanesul, Júlio Seba Bobadilha, a região sofre pela diminuição de pressão na rede. “Não é um problema de falta de água e sim de pressão. Estamos trabalhando para levar um reforço de adutora, que vai auxiliar no aumento desta pressão. Se os moradores utilizarem os cavaletes vão perceber que tem água lá”.

Apenas uma moradora instalou uma torneira no cavalete, mas, mesmo assim, não há água.

Com relação ao prazo de solução do problema,  Júlio Bobadilh disse que espera ser breve. “Não posso precisar uma data, já que depende da Caixa Econômica Federal. A Sanesul já esta fazendo investimentos na Cidade. Antes íamos colocar o reforço de adutora até o bairro Vila Verde, mas, devido a estes problemas vamos instalar também uma dentro do Jardim Imperial”, antecipou.

A Sanesul informou que estava sabendo do problema. No entanto, a baixa pressão da água estaria acontecendo apenas em duas quadras do novo conjunto. “Ficamos sabendo de duas regiões mais críticas”, disse o gerente.