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Três Lagoas

Quatro estão internados com suspeita da nova gripe

Município monta ambulatório 24 horas para atender casos de suspeita da doença

Quatro três-lagoenses estão internados com suspeita da nova gripe. A informação foi confirmada pela prefeita Simone Tebet (PMDB) e secretária Municipal de Saúde, Elenir Neves, durante coletiva realizada no início da tarde de ontem (29), para lançamento do “ambulatório da gripe”, localizado ao lado do Pronto Atendimento Básico (PAB) .

De acordo com a prefeita Simone Tebet, três pacientes estão internados em observação na área de isolamento criada no Hospital Nossa Senhora Auxiliadora e o quarto paciente foi transferido – a pedido da própria família  – para a cidade de São José do Rio Preto. O piloto de avião de 27 anos teria contraído a doença na Bolívia e retornou ao País já com o vírus. “Este paciente que está tratando fora do Município mora no Jardim Primaveril. O restante ainda está sendo investigado, não temos ainda dados como idade e bairro”, completou Elenir.

A secretária também explicou que, exceto pelo piloto, os outros pacientes suspeitos internados foge do padrão de pessoas que viajaram ou tiveram contato com pessoas do exterior. “Este pré-requisito para o diagnóstico já foi descartado pelo Ministério da Saúde, depois que foi confirmado que o vírus [A (H1N1)] já circula livremente pelo País”, destacou.

Por conta dessa circulação livre, e também dos casos já registrados em Mato Grosso do Sul, o Pronto Atendimento Básico (PAB) recebeu um anexo. Ao lado da unidade de saúde, a Secretaria de Saúde implantou o “Ambulatório da Gripe 24 horas”: composto por três tendas e destinado apenas para informações sobre o vírus e assistência aos pacientes com sintomas.

À Imprensa, a prefeita explicou que, no local, estarão equipes da vigilância em saúde, vigilância epidemiológica e educação em saúde no trabalho de orientação e prevenção. O ambulatório também terá equipe médica completa para assistência aos pacientes a qualquer hora do dia. “É importante deixar claro que todas estas medidas são preventivas. Estamos nos antecipando ao que pode, ou não, acontecer. Já que ainda não temos casos confirmados na Cidade”, completou Simone.

A escolha pelo espaço do PAB se deve a dois motivos: por conta dos equipamentos existentes na unidade de saúde e o distanciamento de outros pacientes. Elenir explicou que o serviço no ambulatório será realizado da seguinte forma: os pacientes com sintomas de gripe forte (com febre alta e tosse) deverão procurar o ambulatório. No local, eles serão submetidos a um trabalho de triagem. Após a triagem, o paciente passará por uma consulta médica, exames de rotina – entre eles raio-x e hemograma – e, caso haja necessidade, ele ficará no leito de observação por cerca de seis horas. Depois deste período, o médico plantonista poderá analisar se há, ou não, necessidade de internação no Hospital Nossa Senhora Auxiliadora.

“Pode acontecer de o paciente ser consultado e o médico constatar que se trata de uma gripe comum e o liberar na mesma hora, após medicamento. O importante é, além da prevenção, que a doença seja diagnosticada o mais rápido possível, dentro do prazo de 48 horas”, completou Simone.


A implantação do ambulatório visa manter os pacientes suspeitos longe dos outros pacientes e também não sobrecarregar o atendimento nas unidades de saúde. “A existência de um local específico é preconizada pelo Ministério da Saúde, para evitar maior contaminação, caso o paciente esteja com a gripe e também para preservar a rotina nos postos de saúde. Por enquanto, não houve um aumento significativo nas unidades, porém, os casos de gripe comum começam a surgir agora”.

O Município também já conta com o medicamento utilizado no tratamento da nova gripe. Hoje, a Saúde possui 20 comprimidos do Oseltamivir (tamiflu) 75mg – utilizado para as versões graves da doença. O número reduzido – suficiente para dois tratamentos –  se deve ao alto controle da utilização do remédio. “Existe um controle rígido para que este medicamento só seja utilizado quando há necessidade, já que, caso contrário, o vírus pode ficar resistente e perderemos assim a nossa única arma”, explicou.

Na medida em que os medicamentos forem sendo utilizados, o Município deverá receber mais de Campo Grande.

Além do ambulatório, há um mês, o hospital reservou uma área de isolamento destinada a casos suspeitos da gripe A. A secretária não soube informar o número de leitos disponibilizados pelo hospital. “Mesmo assim, também temos a Clínica da Criança, que permanecerá fechada por mais dois meses, para caso haja necessidade de um local maior”, completou Simone.