A Sanesul informou que o Estado deve receber mais R$ 37,2 milhões para investimentos em saneamento, sendo que R$ 12,8 milhões serão utilizados para desviar o esgoto que é jogado no Córrego da Onça em Três Lagoas, o maior problema ambiental da Cidade. Segundo o Instituto Ambiental de Mato Grosso do Sul (Imasul) é o córrego sofre devido a ausência de um emissário, mas segundo a empresa o problema será sanado.
“O recurso será investido em um novo emissário final (tubulação que devolve o esgoto tratado para a natureza), levando os efluentes da Estação de Tratamento de Esgoto para o Rio Paraná – que tem maior capacidade para finalizar o tratamento -, preservando o Córrego da Onça”, diz nota da assessoria de imprensa da empresa. A Estação também terá a capacidade de tratamento ampliada e serão construídos 78 quilômetros de redes de esgoto, atendendo mais de quatro mil domicílios, dentre outras obras.
O restante dos recursos serão investidos no abastecimento de água de Corumbá e Ponta Porã. As obras serão financiadas pela Caixa Econômica Federal, tendo como agente gestor o Ministério das Cidades. Hoje, o governador do Estado, André Puccinelli, o presidente da Sanesul, José Carlos Barbosa, e o ministro das Cidades, Márcio Fortes, assinam em Brasília o ato que anuncia a seleção dos projetos. Este é o primeiro passo para a liberação dos recursos.
A seleção foi realizada em abril deste ano pelo Ministério. O objetivo era complementar as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) que já estão em execução, ampliando o número de obras de saneamento. O Governo do Estado, por intermédio da Sanesul, enviou quatro projetos para a seleção abrangendo os municípios de Dourados, Três Lagoas, Ponta Porã e Corumbá. Apenas Dourados não foi escolhido pelo ministério.
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“Só puderam ser inscritos na seleção, os municípios que fazem parte do PAC ou aqueles que possuem mais de 100 mil habitantes. A liberação desses recursos é importante para a continuidade das obras já iniciadas em Três Lagoas e para a solução dos problemas de abastecimento em Ponta Porá”, informou o diretor-presidente da Sanesul, José Carlos Barbosa.
PROBLEMA AMBIENTAL
Nos últimos 15 dias o Jornal do Povo tem abordado a questão de um dos maiores problemas ambientais de Três Lagoas, o Córrego da Onça. Conforme matéria publicada no dia 25 do mês passado, a justiça condenou a empresa de Saneamento Básico de Mato Grosso do Sul (Sanesul) e a Log Engenharia Ltda (terceirizada) a pagar R$ 100 mil por poluição hídrica do córrego.
A decisão foi proferida pela juíza Aline Beatriz de Oliveira, no dia 30 de julho, baseada em uma ação civil pública movida pelo Ministério Público Estadual, em abril de 2005, que acusa as duas empresas de estarem despejando o esgoto da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), do bairro São João, no Córrego da Onça sem o devido tratamento. No sábado (26) o jornal também apresentou os problemas porque passa o córrego em toda a sua extensão, mostrando a problemática gerada pelo descaso de anos.
