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Santa Casa de Paranaíba está há cinco meses sem receber e cirurgias podem parar

Principal problema está nos setores de pediatria e ginecologia, segundo diretor técnico do hospital

A Santa Casa de Misericórdia de Paranaíba, da mesma maneira que a maioria dos hospitais que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no país, está em extrema dificuldade financeira. Os médicos do hospital de Paranaíba estão há cinco meses sem receber pelos serviços prestados e o pagamento das outras despesas está comprometido pela falta de dinheiro.

Segundo o diretor técnico da Santa Casa, o médico Cláudio de Souza Silva, as cirurgias eletivas serão realizadas normalmente até o final deste mês. A partir desta data não se sabe ao certo o que acontecerá por falta de renovação de contrato com o SUS. “No final do mês, o contrato que temos com o SUS pode não ser renovado por problemas que temos com escalas de pediatria e ginecologista. Teremos uma conversa com todo o corpo clínico, dos médicos da cidade, na segunda-feira, para ver se nós conseguimos fechar a escala. Se não fechar a escala, infelizmente, o hospital talvez não tenha como fazer o contrato com o SUS. Não fazendo o contrato com o SUS, não temos como agendar cirurgias eletivas a partir do próximo mês”, alertou Cláudio.

As negociações com os médicos, a Prefeitura e o Estado, segundo Cláudio, vão definir os rumos que a diretoria da Santa Casa de Paranaíba irá tomar na semana que vem e dar uma satisfação para a população. O diretor disse que há dois anos que não aumenta o repasse de recursos; a Prefeitura melhorou o repasse, mas a União não melhorou nada e o Estado prometeu ajuda com a vinda a Paranaíba da Caravana da Saúde, que estava marcada para este mês, só que esta vinda foi adiada para setembro, o que prejudicou a Santa Casa, que não dá para esperar até lá. “Os nossos custos aumentaram demais e os repasses não aumentaram, o que está tornando inviável”, reclamou.

O diretor disse que o dinheiro que deveria ser repassado para os médicos é que está bancando o hospital, pois eles estão há cinco meses sem receber as AIH (Autorização para Internação Hospitalar). “Um recurso que deveria ser para eles, que estão atendendo a população, estamos contingenciando para pagar outras contas”, disse.

O principal problema, segundo Cláudio, está no setor de pediatria e ginecologia. Hoje, existem seis pediatras na cidade, mas três não querem mais dar plantão por estarem já a um bom tempo na cidade e não precisarem mais de dar plantão. Os outros três que ainda podem prestar serviço ele disse que não são suficientes para manter o hospital. O mesmo problema está com o setor de ginecologia.

A Secretaria de Saúde informou a Santa Casa que não há como renovar contrato com o hospital se não tiver médicos pediatras e obstetras de sobreaviso. Uma das alternativas, segundo Cláudio, seria trazer médicos novos para a cidade na tentativa de resolver o problema.