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Três Lagoas

Três Lagoas vai contar com nova fábrica de celulose

A vinda da nova fábrica de celulose, do grupo Florestal, foi anunciada pelo governador

Três Lagoas vai ter uma indústria de celulose no mesmo porte ou maior que a unidade da Fibria. Em visita a Três Lagoas, na tarde de ontem (13) o governador do Estado André Puccinelli (PMDB) confirmou a vinda do novo empreendimento para o Município no próximo ano.

Em entrevista exclusiva Jornal do Povo, o governador afirmou que Mato Grosso do Sul deverá receber quatro grandes empreendimentos no próximo ano. “Destes, dois serão em Três Lagoas”, disse, referindo-se  a nova fábrica de celulose e, possivelmente, a Siderúrgica de Três Lagoas, cuja licença de instalação já foi concedida.

O investimento será na ordem de R$ 1,5 bilhão, entretanto, ainda depende de algumas medidas. Puccinelli explicou que, para a confirmação da vinda da fábrica de celulose, a Florestal – Investimentos Florestais S/A, depende de dois fatores. O primeiro deles, é o financiamento junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) e também a concessão das licenças ambientais necessárias.

A prefeita Simone Tebet, por sua vez, foi mais cautelosa quanto ao empreendimento e preferiu não comentar sobre o assunto. “Estamos ainda em fase de negociações e corremos o risco de perder o empreendimento para outro estado. Prefiro aguardar a concretização do negócio”, explicou.

Na edição de quinta-feira (12), foi publicado no Jornal do Povo, editais do grupo Florestal Investimentos Florestais S/A de requerimento junto ao Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) as licenças prévias de instalação da fábrica de celulose na fazenda Santa Vera, situada no km 231m da BR-158 (Três Lagoas a Selvíria) – propriedade comprada teria sido adquirida pelo grupo num valor superior a R$ 20 milhões.

No mesmo edital, o grupo também requereu a licença para a construção de um ramal ferroviário interno no empreendimento, de um posto de combustíveis e a instalação de transmissão de alta tensão e a construção do canteiro de obras. Também pelo edital, é possível ter uma noção de como será o escoamento da produção da fábrica. A Florestal também requereu ao Imasul a licença para a implantação de um cais de atracação para barcaças, visando o escoamento hidroviário da produção de celulose.

Segundo a responsável pelo escritório regional do Imasul, Délia Villamayor Javorka, as licenças serão concedidas depois que a empresa apresentar o Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto Ambiental (EIA-Rima) das obras.

EMPREGOS

A expectativa, segundo o governador, é que, na fase de implantação da unidade fabril seja gerado algo em torno de oito mil postos de trabalho, entre diretos e indiretos. Em funcionamento, serão dois mil empregos.

No dia 16 de setembro deste ano, o Jornal do Povo noticiou o surgimento da empresa Florestal. O projeto, que prevê um investimento de mais de R$ 1 bilhão em plantios de árvores nos estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, envolve os dois maiores fundos de pensão do País: Fundação dos Funcionários da Caixa Econômica Federal (Funcef) e Petros (Petrobras), associados ao grupo controlador da JBS-Friboi e MCL Empreendimentos, de Andradina (SP).

De acordo com a sociedade formalizada, as duas empresas andradinenses serão os sócios majoritários, com 50,25% das ações da nova empresa, enquanto os fundos terão participação de 49,75%. Na época, o presidente da Funcef, Guilherme Lacerda, havia anunciado a aquisição de 76 mil hectares de terras nos dois estados para o plantio de eucalipto, seringueiras e árvores nativas. Com a nova razão social, o grupo, que já atua no ramo, passe de 400 funcionários para dois mil empregos diretos e quatro mil indiretos. A previsão é que a Florestal tenha responsabilidade sobre uma área de 400 mil hectares.
 
Destes, 152 mil hectares serão destinados para reserva legal e áreas de preservação permanente em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Por telefone, a reportagem tentou entrar em contato com o empresário Mário Celso Lopes, proprietário do grupo MCL Empreendimentos, porém foi informada de que o empreendedor havia viajado.