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40 anos de Woodstock

Centenas de milhares de pessoas se reúnem em uma fazenda em Bethel, a 145 km de Nova York

Agosto de 1969. Centenas de milhares de pessoas se reúnem em uma fazenda em Bethel, a 145 km de Nova York, para celebrar a música, o amor livre e os ideais da contracultura. Quarenta anos, algumas dezenas de discos, livros e documentários depois, a história do lendário Festival de Woodstock é mais do que conhecida. O que muitos ainda desconhecem é a história de Elliot Tiber, “o gay que salvou Woodstock”.


Tema de “Taking Woodstock”, comédia de Ang Lee que chega aos cinemas até o final deste mês, Tiber foi o sujeito que indicou e intermediou o aluguel da fazenda que sediou o festival, nos dias 15, 16 e 17 de agosto daquele ano. Exatamente um mês antes da abertura do evento, inicialmente previsto para acontecer em Wallkill para um público estimado de 50 mil pessoas, a câmara de vereadores da cidade cancelou a licença de realização do festival, deixando o produtor Michael Lang e seus sócios com um abacaxi de US$ 2 milhões já investidos em estrutura de palco, som e técnicos.

“De repente, parecia que tudo aquilo poderia mudar. O Festival de Artes e Música precisava de um lar e de uma licença. Tenho a licença, pensei comigo. E posso garantir um lugar para o evento ”, escreveu Tiber no livro de memórias recém-lançado no Brasil (editora Best Seller), batizado de “Aconteceu em Woodstock”. “‘Meu Deus! A gente pode sediar esse troço!’”, continuou ele, que, então aos 34 anos, dividia seu tempo entre o trabalho no El Monaco, hotel de beira de estrada comprado por seus pais, e a presidência da Câmara de Comércio de White Lake, comunidade vizinha a Bethel.

No livro e no filme, os eventos que se sucederam são narrados em ritmo alucinante – da chegada do helicóptero com os produtores do festival para vistoriar o local à invasão quase que imediata de milhares e milhares de hippies à pacata White Lake. Pela primeira vez em sua história, transformado no quartel-general dos organizadores, o El Monaco teve todos os quartos alugados; pela primeira vez, Tiber viu sua mãe distribuindo sorrisos em vez de grosserias, e também pela primeira vez na vida, o jovem judeu recebeu carinho do pai, que, doente, acabou morrendo um ano depois do festival.