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BB lança linha de crédito para apoiar cultivo de seringueiras

"O segmento precisava, e a linha é um ótimo exemplo de diversificação do Banco do Brasil"

O Banco do Brasil e a Secretaria da Agricultura de São Paulo anunciam hoje, em Ribeirão Preto, a criação da primeira linha de crédito do país voltada exclusivamente para apoiar a manutenção, o desenvolvimento e a ampliação do cultivo de seringueiras.

Inicialmente alimentada com R$ 20 milhões em recursos próprios do BB, a nova linha poderá ser acessada apenas por produtores paulistas. Foi estabelecido um teto de R$ 100 mil por beneficiário, limitado ao orçamento de R$ 7 mil por hectare. O prazo de pagamento é de até 12 anos, incluídos sete de carência, e os juros anuais são de 6,75%.

"O apoio do banco para a heveicultura no Estado de São Paulo propiciará condições especiais no prazo de pagamento e carência do financiamento, fortalecendo a cadeia produtiva, promovendo a geração de emprego e renda", afirma o ex-ministro Luís Carlos Guedes Pinto, vice-presidente de Agronegócios do BB.

Segundo ele, a cadeia da borracha é sustentável, "à medida que evita processos erosivos de solos e protege mananciais", e é uma boa alternativa às fontes não renováveis do produto sintético. São Paulo consolidou-se nos últimos anos como o principal produtor de borracha do país.

A criação da linha é uma resposta ao desafio proposto no ano passado pelo secretário da Agricultura do Estado, João Sampaio, ele próprio produtor e um dos maiores entusiastas da cultura. "O segmento precisava, e a linha é um ótimo exemplo de diversificação do Banco do Brasil", disse.

Sampaio reconhece que a linha ainda é pequena, mas informa que o valor poderá aumentar caso exista demanda. Se houver tomadores para todo o montante inicial, mais 6 mil hectares poderão ser ocupados com seringueiras em São Paulo. Em sete anos, seriam mais 10 mil toneladas.

Segundo levantamento do Instituto de Economia Agrícola (IEA), vinculada à Secretaria da Agricultura, o plantio de seringueiras ocupou pouco mais de 77 mil hectares no Estado em 2008, divididos em cerca de 4,4 mil propriedades. Em 1996, eram menos de 2,5 mil propriedades, em 40 mil hectares. Na mesma comparação, a produção aumentou de 43,5 mil para 122 mil toneladas de borracha.

Levando-se em consideração o preço do coágulo – a borracha bruta no campo, com água e impurezas -, o valor da produção agrícola ("da porteira para dentro") da borracha em São Paulo passou de R$ 42 milhões, em 1996, para R$ 246 milhões em 2008. No ano passado, contudo, o valor caiu para R$ 171 milhões.

"As perspectivas para 2010 são de recuperação", acredita Sampaio. De acordo com o secretário paulista, em 2008 o quilo de coágulo foi negociado, em média, por R$ 2 no mercado paulista, valor que caiu para pouco mais de R$ 1 em 2009 e que atualmente está em torno de R$ 2,60, com a preciosa colaboração do aumento da demanda por parte da indústria automobilística.