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Estádio Morenão da Capital é capa de revista científica

A edição, com tiragem de 5.000 exemplares, refere-se aos meses de abril, maio e junho de 2009

O professor de Engenharia Civil Ricardo Nakao conta que Avaliação de Patologias no Estádio Universitário Morenão é o resumo de um trabalho científico, apresentado no 50° Congresso Brasileiro do Concreto realizado em Salvador em 2008. O estudo que resultou no trabalho científico surgiu por conta do relatório do Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco), feito em 2007, explica.

A visita dos especialistas a 29 estádios de 17 capitais brasileiras resultou no Estudo sobre o estado de manutenção e condições dos estádios brasileiros. O relatório foi entregue aos responsáveis para providências. Na Universidade foi instituída uma comissão para avaliar o Morenão, formada pelo professor Odilar Costa Rondon, pelo engenheiro Fernando Massamori Asato, pelo representante do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Mato Grosso do Sul (CREA-MS), engenheiro Eduardo Aleixo e presidida pelo professor José Francisco de Lima, que teve a idéia de transformar o estádio em um autêntico laboratório didático, envolvendo os acadêmicos do 5º ano de Engenharia Civil e os professores Ricardo Nakao, Carlos Liberato Portugal e Sandra Regina Bertocini.

Sob a coordenação do professor José Francisco e orientados pelos demais professores, os alunos fizeram a vistoria e a análise de toda a estrutura, realizaram ensaios de resistência e durabilidade e um levantamento da parte documental e histórica do estádio, relata o professor Nakao.

Um pouco de história

O Morenão foi inaugurado em 07 de março de 1971 e no ano seguinte teve sua primeira recuperação. Parte da marquise ruiu sobre a arquibancada vazia, duas horas após o término de um jogo. Foi feita a reconstituição da parte da laje e o reforço das vigas.

 

Em 1982, numa vistoria de rotina, os técnicos do Escritório Técnico de Engenharia, antigo nome da Gerência de Projetos e Obras (GPO), identificaram uma série de fissuras na marquise. A administração entrou em contato com a empresa que projetou o estádio, e foi feito um programa de monitoramento e acompanhamento da estrutura. Em períodos de 24 horas, de três em três horas, eram avaliadas as variações das aberturas das fissuras em função das variações de temperatura.

 

Após a recuperação, foram recomendados a impermeabilização e o sombreamento da marquise, no entanto, estes serviços não foram executados e colaboraram para o estado de deterioração no qual a marquise se encontrava em 2007, quando a comissão da UFMS fez outra vistoria.

 

A comissão e os acadêmicos realizaram entrevistas com profissionais que participaram da construção e das recuperações do estádio, levantamento de documentação e ensaios. Os estudos apontaram para a segurança estrutural do estádio como um todo. O professor Nakao cita o artigo ao afirmar que apesar da necessidade de serviços de recuperação estrutural e manutenção localizados, o estado geral da estrutura permite que o estádio apresente condições de uso e atualmente os jogos acontecem normalmente.

 

O arquiteto, formado pela UFMS, Wellington Valério Villa Nova, além de participar da vistoria e dos ensaios, e de desenvolver a parte gráfica do artigo (os gráficos, fotos e ilustrações), atualizou o conteúdo com a inserção de informações sobre o Decreto n. 6.795 de 13 de março de 2009, que regulamenta o controle das condições sanitárias e de segurança dos estádios.

 

Sobre o trabalho desenvolvido, arquiteto e professor, concluem que o artigo é atual e abrangente na maneira como aborda o passado, a atual situação e o futuro do estádio, vindo a praticamente antecipar a resolução do Governo Federal. Com o decreto, o que fizemos aqui no Morenão deverá ser feito em todos os grandes estádios brasileiros, só que aqui, com a participação dos acadêmicos e dos professores, o custo foi zero, com um ganho didático imensurável, complementa o professor Nakao.