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Filme "Anticristo" de Lars Von Trier, abre a polêmica em Cannes

"Anticristo", protagonizado por Charlotte Gainsbourg e Williem Dafoe, conta a história de um casal que tenta superar a morte de seu filho pequeno

O cineasta dinamarquês Lars Von Trier gerou polêmica nesta segunda, 18, em Cannes, com seu filme "Anticristo", que gerou indignação no público e inaugurou as vaias no festival. 

"Não tenho que me justificar, eu faço filmes e este é fruto da vontade de Deus", disse o diretor após a projeção, ao ser questionado por um repórter que perguntou qual era a razão do filme. "Faço filmes para mim e vocês são apenas meus convidados", disse.

Lars von Trier, que já ganhou a Palma de Ouro por "Dançando no Escuro" (2000), parecia encantado com a situação e afirmou que se considera "o melhor diretor do mundo".

"Anticristo", protagonizado por Charlotte Gainsbourg e Williem Dafoe, conta a história de um casal que tenta superar a morte de seu filho pequeno, que caiu pela janela enquanto os pais transavam. O método utilizado: trancafiar-se em uma cabana na floresta e enfrentar seus medos.

Von Trier, que abordou o sofrimento de perto e quase sempre com bons resultados, como em Dogvile" (2003) e "Ondas do Destino" (1996), desta vez propõe uma sessão de sadismo ao espectador sem base artística, o que provocou risos durante os momentos mais importantes do filme e vaias ao final da projeção.

Pernas perfuradas por brocas, mutilação genital, ejaculações sangrentas e violência impiedosa são os ingredientes do filme, estruturado em capítulos com um tom explicitamente religioso.

Apesar da ironia que exibiu aos meios de comunicação, Von Trier reconheceu que fazer o filme foi uma forma de "terapia" para superar a depressão que enfrenta há dois anos e, por isso, o considera a experiência profissional mais importante de sua carreira. "A rotina de gravação foi boa para mim, mas ainda não encontrei harmonia em minha vida", disse.