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Radioterapia tardia contribui para volta do câncer de mama

Tempo limite seria de seis semanas; risco de recaída aumenta 19% após este prazo

.Mulheres idosas que tiveram câncer de mama correm risco 19% maior de voltar a ter a doença se demorarem mais de seis semanas para fazer a radioterapia indicada após a cirurgia de retirada do tumor. Essa é a constatação de um estudo elaborado no Instituto do Câncer Dana-Farber, em Boston (EUA), publicado nesta quarta-feira (3) pelo British Medical Journal.

O estudo, que pretendia avaliar qual era o intervalo ideal entra a cirurgia de retirada do câncer de mama e o começo da radioterapia, envolveu mais de 18 mil mulheres, com 65 anos ou mais, que foram diagnosticadas com câncer de mama entre 1991 e 2002 e se submeteram a cirurgia de lumpectomia (sem retirada da mama) e receberam quimioterapia. Destas, 30% começaram o tratamento com a radiação seis semanas após a cirurgia.

A constatação foi de que as mulheres que seguiram este último exemplo estiveram mais suscetíveis a ter um novo câncer na região do que aquelas que receberam radiação antes deste prazo.

Entre as mulheres pesquisadas, um pouco mais de 4% tiveram a recaída da doença. Mas esse índice chegou a 19% entre as pacientes que passaram por radioterapia em um intervalo maior do que as seis semanas.

A radioterapia pós-cirúrgica é designada para destruir as células cancerígenas remanescentes que ficam próximas ao local de onde foi retirado o tumor. A oncologista e autora do estudo Rinaa Punglia disse que realizar o procedimento no período entre quatro a seis semanas depois da cirurgia é considerado um intervalo seguro. Geralmente a radioterapia é administrada cinco dias por semana por seis semanas

Embora o estudo tenha focado mulheres idosas, as descobertas têm implicações para mulheres mais jovens, segundo a pesquisadora.

– É possível que o alto risco identificado em mulheres mais velhas possa ser encontrado em mulheres mais jovens, cujos tumores são biologicamente diferentes e tendem a ser mais agressivos.